sexta-feira, 25 de março de 2011

Quem foi Francisco Brasileiro?


Você já se perguntou quem foi Francisco Brasileiro, a figura que foi homenageada com o nome do nosso DA? De ante mão, saiba que ele foi um grande ícone da sociedade a nível nacional.

Em um texto da Acad. Tereza Carvalho de Mendonça Membro Titular da Cadeira nº 14 da Academia Paraibana de Medicina, podemos contemplar um pouco de sua história.






Dr. Francisco Chaves Brasileiro, nasceu no dia 23 de novembro de 1902, no então Distrito de Boqueirão dos Coxos, município de Piancó, estado da Paraíba. Filho de Firmino Lopes Brasileiro e Maria Argentina Chaves Brasileiro. 
Fez as primeiras letras na cidade de Piancó. Logo se transferiu para a cidade de Cajazeiras, onde fez o Curso Normal no Colégio Padre Rolim. Veio então para João Pessoa onde realizou os estudos preparatórios para o Liceu Paraibano. Em 1924, ingressou na Faculdade de Medicina da Bahia, em Salvador. Concluiu o Curso de Médico em dezembro de 1930, quando defendeu a Tese “DA TRAQUEOSTOMIA”, tendo como orientador o Professor Aristides Maltez.
Como estudante participou com outros colegas acadêmicos paraibanos, do movimento da Revolução de 1930, sob a orientação de Juracy Magalhães. Eram seus colegas dessa época o Dr. Antônio Pereira de Almeida e o Dr. Draul Ernany de Melo e Silva. Logo depois de concluído o Curso Médico, regressou à Paraíba clinicando inicialmente na cidade de Piancó. Foi nomeado médico do então IFOCS (Inspetoria Federal de Obras contra as Secas) depois denominado DNOCS, prestando serviços em Soledade, onde se iniciava a construção de um grande açude. Ali como chefe do Serviço Médico, teve o seu grande desafio: combater e erradicar um perigoso surto de Febre Tifóide, que acometera grande parte dos operários encarregados daquela obra, bem como a seus familiares. Durante o ano de 1932, dirigiu os Serviços Médicos do IFOCS em Soledade, mas, viajava sempre a Campina Grande, cidade mais próxima e já em grande desenvolvimento.
Em Salvador casou-se com a Professora Joselita de Almeida Reis, passando a residir em Campina Grande cidade que oferecia melhores condições, não só para exercício de sua Clínica, como para a vida social e as atividades de sua esposa.
Nesta cidade, viveu e desenvolveu profícua atividade profissional, social e política até os seus últimos dias. Em 1933, abriu um Consultório Médico, onde iniciou vitoriosa carreira em Ginecologia e Obstetrícia. 
O sucesso profissional levou-o a idealizar a construção do Hospital próprio, destinado principalmente a assistência à Gestantes e Ginecologia, suas especialidades. 
Em Campina Grande, então, só havia apenas um Hospital “Pedro I”, construído pela Maçonaria. Planejou assim, um Hospital moderno, com requisitos avançados. Denominou-o “Casa de Saúde e Maternidade Dr. Francisco Brasileiro”.
A construção se iniciou em 1938 sendo a inauguração em 17 de maio de 1947, uma vez que os recursos para edificação dependiam dos rendimentos da clínica do proprietário e de pequenos donativos de colegas e amigos. Afora as atividades profissionais Dr. Francisco teve marcada presença na vida social da cidade, filiando-se aos diversos clubes e participando das festividades. Freqüentava o Campinense Clube e foi sócio fundador e presidente do Clube Médico Campestre. Associando-se ao Rotary Clube nos primórdios da organização no Brasil. Foi um membro mais assíduo e empenhado na vida rotariana tendo participado em campanhas em favor das crianças abandonadas, como a construção do Posto de Puericultura, às margens do Açude Velho e da Escola Rotariana. 
Foi Sócio Fundador da Sociedade Médica de Campina Grande, ocorrendo na sua presidência a inauguração da atual sede daquela entidade. Foi Sócio Fundador da Sociedade Mantenedora da Faculdade de Medicina daquela cidade, tendo sido seu presidente por vários anos quando se construíram os atuais prédios, hoje do Ciclo Básico e nos quais a escola veio a funcionar em 1969.
Sua atividade política foi participativa a partir do ano de 1945. Ligado por amizade pessoal ao Dr. Argemiro de Figueiredo, filiou-se à UDN onde permaneceu até sua extinção.
Foi candidato à Deputado Estadual pelo Partido Republicano, coligado à UDN em 1950, ficando na segunda suplência, tendo oportunidade de assumir depois o cargo. Em 1955, elegeu-se Deputado Estadual pela UDN exercendo o mandato até 1958, quando foi nomeado Secretário de Saúde do Estado da Paraíba no Governo de Pedro Moreno Gondim. Após a extinção da UDN, filiou-se à Aliança Renovadora Nacional (ARENA), assumindo a presidência do Diretório Municipal de Campina Grande por vários anos.
Por sua atuação médica recebeu inúmeras homenagens de Campina Grande e da Paraíba, entre elas, o título de Cidadão Campinense conferido pela Câmara dos Vereadores e, na Academia Paraibana de Medicina é o Patrono da Cadeira nº 14.
Faleceu em 22 de novembro de 1972, na cidade de São Paulo onde se encontrava em tratamento médico.
Espero ter delineado as qualidades do grande homem, da ilustre figura médica, rara em nossos dias, mas valiosa à história da medicina de Campina Grande e da nossa querida Paraíba.

Acad. Tereza Carvalho de Mendonça
Membro Titular da Cadeira nº 14 da Academia Paraibana de Medicina CRM-PB nº 363

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