O DAFB recebeu por email um desabafo de um discente preocupado com os campos de estágio dos alunos da nossa faculdade, entre eles, o ISEA e o Regional. Essa é uma questão discutida nas RODAs do DAFB desde o ano passado e mais recentemente nos organizamos melhor pra resolver esse problema. Em reuniões últimas formou-se duas comissões, uma para avaliar a questão do ISEA e outra para avaliar a questão do Regional. Na última reunião ordinária do dia 03 de março, a comissão do ISEA já trouxe uma resposta parcial para o caso, depois de uma conversa informal com a Diretora do ISEA, Dra. Francimar. Abaixo segue um trecho da ata* da reunião no qual foi falado sobre o assunto.
· A Comissão encarregada conversou com Dra. Francimar que afirmou haver um convênio com a FACISA. O documento do convênio com a UFCG foi enviado em Dezembro de 2010 e não foi aprovado porque Dra. Francimar disse que ainda vai procurar o setor jurídico, o que só será feito depois do Carnaval. Dra. Francimar ainda afirmou que em 26 anos de convênio, a UFCG nunca fez nada em prol do ISEA.
A Comissão tentou ver a escala dos internos que antes era exposta na parede, mas agora fica em poder dos professores, desta forma não se pode averiguar se há internos de outras universidades. A escala dos médicos plantonistas foi obtida e segundo alguns enfermeiros, alguns dos médicos são professores da FACISA e alguns, professores da UFCG.
Carla Medeiros pediu para entrar na Comissão da Maternidade Escola, o que foi aceito pela maioria, sem abstenção.
*A ata não foi divulgada ainda por não ter sido ainda aprovada.
A comissão continua a avaliar o caso e pretende marcar uma nova reunião com a direção do ISEA.
O DAFB defende uma Saúde pública e de qualidade para todos. Entende que nos hospitais públicos, os alunos das universidades públicas devem ter prioridade pois em ambos os casos o financiamento é feito pelo povo brasileiro, que paga impostos para formar médicos para sociedade e para uma saúde pública e de qualidade para todos. Por tudo isso, estamos lutando pelo nosso direito de termos campos de prática nos hospitais públicos de Campina Grande e contamos a a colaboração de todos para concretizarmos nossos objetivos. Qualquer informação sobre esses casos pode ser enviada para o email do DAFB.
Desabafo do discente
"Vou Desabafar.Você passa por um sufoco danado para entrar na UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE no curso de MEDICINA.Você passa um sufoco danado para se manter no curso de MEDICINA.Você passa um sufoco danado para se sobrepor a todas as dificuldades e limitações do curso de medicina para chegar no REGIONAL ou no ISEIA e não poder assistir uma cirurgia porque quem ta pagando la é a FCM.
Não poder presenciar um procedimento no ISEIA OU NO REGIONAL porque a faculdade da FCM esta doando roupas de cirurgias, luvas,etc. São órgão públicos, onde todos tem direito e acesso a eles, seja por meio de atendimento ou para presenciar a um determinado procedimento.Todo médico é preceptor de aluno de faculdade, todo ele. Isso é uma injustiça, uma safadeza, uma falta de carater.
Depois a FCM quer obter respeito. Agindo dessa forma, o máximo que tem é meu desprezo e nada mais. Parabéns FCM, você mostra como deve ser valoroso as aulas de éticas ministradas para seus alunos. Realmente, deve ser uma aula muito boa e proveitosa, ja que nem a sua diretoria e partes da administração sabem o que isso significa. Direito para todos.
O mundo não pode ser resumido a quem tem dinheiro e faz disso um meio para se obter tudo. Que seja ,então, divido a porcentagem de alunos da particular e da federal que possam ter direito a estágios. Não temos culpa se a UFCG tem o HU e a FCM não tem nada. Não é por isso que eles tem o direito de monopolizar todos os hospitais de campina"
Paulo Martins, 3° Período, Turma 62
Caro colega. Não quero aqui levantar discussões sobre qual o melhor curso de medicina, ou quais as prioridades. No entanto, gostaria de reavaliar o seu comentário sobre os estudantes das universidades públicas terem mais direito ao acesso nos serviços públicos de saúde. Segundo o seu argumento, o povo brasileiro financia os seus estudos e, logo, você é um beneficiado. O que não ficou claro e, confesso, ficou contraditório é que, ironicamente, os estudantes das universidades federais, financiados sim pelo povo brasileiro, inclusive por mim, não são obrigados a retribuir esse preço na posteridade, seja trabalhando em PSFs ou serviços menores do SUS. Ou seja, vocês só recebem, o que não lhes tornam melhores que ninguém. O vestibular é um meio de acesso, não é um direito constitucional que transforma os aprovados em detentores da cidadania maior. Logo, estamos na mesma situação. Aliás,não estamos. Eu sim pago pelos meus estudos (e com muito sacrifício), mas minha faculdade, pelo menos, faz alguma coisa para melhorar o atendimento aos menos favorecidos. Sua acusação sobre nossa falta de ética só revela a falta de informação que lhe falta, não acredito que todos os estudantes da respeitável Universidade Federal de Campina Grande pensem dessa forma. Utilize seu poder de argumentação e acesso à mídia para melhorar a graduação, se você estiver insatisfeito. Sua dificuldade de estagiar nos hospitais não é culpa da FCM, é culpa de quem administra sua instituição. Nossa faculdade trabalha para beneficiar os alunos, e nunca para prejudicar os de outras escolas.
ResponderExcluirGeraldo Odilon - Estudante do 4º período de medicina da FCM.
Caro colega, achei muito importante seu comentário. Eu particularmente não tenho nada contra os alunos da FCM, tenho até amigos lá e até gosto de manter esse diálogo. Realmente, a discussão aqui não é sobre qual a melhor faculdade etc. mas alguns pontos também precisam ser levados em conta. Sim, nós formados em uma universidade pública não temos a obrigatoriedade de trabalhar na rede pública, mas isso não quer dizer que todos iremos trabalhar apenas na rede privada. Pelo contrário, em uma estatística citada por um professor nosso de epidemiologia em recentes aulas, cerca de 50% de nossos alunos não passam diretamente em uma residencia logo ao término do curso e vão trabalhar diretamente na rede pública. Falando nisso, a rede pública hoje é a realidade mais provável de qualquer profissional da saúde, pelo menos em um período de sua vida, a grande maioria dos médicos trabalham para o sistema público. Então, esse não é o cerne da questão. O que estamos querendo levantar é uma questão de prioridade, pois acreditamos que o privado (capital, dinheiro etc) não deve ter prioridade sobre a vontade pública, sobre o povo brasileiro. Isso não apenas na área da saúde ou educação, mas em TODAS as areas, pois entendo que não devemos vender nosso país ao setor privado, que visa antes de tudo o lucro de um pequeno grupo. Sendo assim, é lógico as instituições PÚBLICAS terem prioridade na rede de saúde PÚBLICA em relação ao capital privado, para que não haja o lucro de um pequeno grupo usando o dinheiro do povo brasileiro, isso formentaria ainda mais as desigualdades sociais e todos os problemas que vemos hoje nossa sociedade. Mais uma vez, nós do DAFB defendemos uma educação e saúde pública e de qualidade para TODOS, e acreditamos nos SUS como sistema público de saúde. Por isso, acho justa a nossa causa de lutar por nossa prioridade nos espaços PÚBLICOS de Campina Grande e não privilegiar o capital e um grupo das instituções privadas. Muitas vezes perdemos nosso espaço não por falta de competência da administração de nossa faculdade, mas porque muitas vezes não conseguirmos combater a voracidade do capital em cima da máquina pública. Isso não acontece apenas conosco aqui em campina grande, é uma anomalia a nível nacional e multisetorial. Por isso essa luta ultrapassa os muros de nossa cidade. Eu entendo que realmente é muito dificil pagar cerca de 3mil por mês para estudar, eu acho isso um absurdo. Mas não devemos ser ingénuos mas sim entender que existe um interesse maior (lucro) em relação a isso tudo. Sai muito mais barato e lucrativo usar a máquina pública do que investir em um hospital escola privado ou fazer convênios com a rede privada. Sinceramente, essa é uma prática absurda, mas que não é nova e é muito comum hoje no Brasil e é uma das princiais causas das mazelas do nosso país. No entanto, ela precisa ser combatida por todo o povo brasileiro em benefício de nossa nação. Eu particularmente acredito que vocês da FCM estão sendo explorados ao serem cobrados por uma mensalidade tão cara, porque segundo a constituição a eduação é direito de TODOS. Por isso devemos lutar para que esse direito prevaleça e não nos conformarmos que o interesse de uma minoria prevaleça sobre o de uma maiora. Isso pode ser pouco palpável, mas não é, é uma luta que é realidade de muitos estudantes de medicina de todos Brasil e que se não tivéssemos fazendo essa resistência a situação do nosso país poderia estar bem pior (Convido você a trocar mais ideias sobre esse ponto depois). Enfim, não queremos atritos com o pessoal da FCM, de forma alguma. Eu, pelo menos me disponho a ajudar vocês em algumas lutas suas como por exemplo a construção de um hospital escola própio ou a diminuição de mensalidades (sim, isso é possível, algumas escolas já estão conseguindo isso, como foi discutido no último COBREM). Mas também espero que compreendam a nossa luta por nossos campos de estágio e por uma sociedade justa e igual para todo povo brasileiro.
ResponderExcluirFalo apenas como um estudante do segundo período da Universidade Federal de Campina Grande.
Caro colega Fidel. Ratifico aqui o meu respeito pela UFCG, que tem prestado um serviço válido à nossa cidade por muito tempo. Eu concordo com você, o lucro da minoria não deve vir à frente do benefício da população. Sei também que a realidade da maioria dos médicos brasileiros está no SUS, mas convenhamos, pouquíssimas vezes é por opção, visto que as condições de trabalho não são as melhores. Eu ainda acredito no SUS, defendo uma saúde pública que atenda a todos, e aprovo o sentimento de vocês de luta pelos direitos estudantis. No entanto, essa luta deve tornar-se um pouco mais clara, ou seja, devemos saber contra o que (ou quem) lutamos. Não creio que atacando os alunos da FCM, como fez o outro colega, consiga-se a melhoria da graduação ou até mesmo o respeito perante as autoridades. Nós somos cidadãos, brasileiros, estudantes e futuros médicos, bem como todos vocês. Não sou a favor da privatização da saúde, mas bem observando a situação atual dos serviços, sou a favor da iniciativa privada para melhoria do ensino. Estamos lutando pela construção de um hospital escola e pela diminuição da mensalidade, e obrigado pela preocupação. Entendo que o setor público deve ter prioridade sobre o setor privado, porque beneficia o povo brasileiro, e QUANDO beneficia o povo brasileiro. A realidade dos cursos de medicina das universidades públicas na maior parte do país é que, infelizmente, nesses casos, o setor público beneficia a comunidade apenas pela formação de médicos, o que teoricamente melhoraria a situação e qualidade de vida... Mas isso as faculdades privadas também fazem. Logo, pagamos pela formação de médicos que no futuro não retornarão esse investimento ao coletivo, e lucrarão pelo seu trabalho, assim como a minoria por você citada. Deixo claro que não nos considero melhores ou piores que os alunos das instituições públicas, apenas questiono esse poder de prioridade apenas por ser do setor público, o que não faz sentido se isso não trouxer uma resposta material válida. É como concordar que um servidor público, que recebe um bom dinheiro e benefícios do povo, não trabalhe de forma adequada, devolvendo um benefício a quem investiu - nós. Repudio a exploração da máquina pública pelo setor privado, mas aprovo uma relação mútua entre os dois setores, onde ambos possam se beneficiar.
ResponderExcluirLogo, concordo que os estudantes das faculdades privadas de medicina tenham acesso aos serviços públicos para sua formação se, é claro, as faculdades investirem na melhoria dos serviços. Quanto ao fato de quem está lucrando ser uma minoria, infelizmente é uma realidade da qual AINDA não podemos fugir, visto que vivemos em um país capitalista, e se quisermos destruir esse sistema, teremos que remodelar toda a economia e a cultura brasileira. Eu, você, nossos amigos, trabalhamos de acordo com esse sistema, embora não concordemos com o mesmo (o que, obviamente, não é motivo para que sejamos castigados ou privados de alguns direitos que a Carta Magna da nossa nação nos garanta). O capitalismo pode ainda funcionar em alguns aspectos, principalmente se nos tratarmos com mais humanidade e respeito, e com menos ganância. Por favor, não entenda mal minhas palavras, sou contra qualquer desigualdade social. Somos iguais.
Para finalizar, gostaria de deixar claro que apesar das falhas, a FCM gera empregos, movimenta a economia municipal, presta serviços à comunidade campinense e paraibana e investe nos serviços de saúde dessa cidade, beneficiando boa parte da população mais necessitada. Portanto, merece nosso respeito.
Agradeço o espaço, e respeito a postura amadurecida, polida e argumentativa do colega Fidel. Espero que possamos discutir mais pontos interessantes referentes ao ensino médico. Desculpe-me qualquer ofensa que porventura tenha sofrido com minhas palavras, não foi a intenção.
Cordialmente, Alexandre Dantas.
Estudante do 4º período de medicina da FCM.
kkkkkkkk Que onda... É como diz o Gilberto Gil: "Gente Hipócrita!!!". Pra que essa formalidade exagerada e esse falso moralismo? Vá na lata: Ih, foi mal, a minha é federal... ;)
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