É importante que todo aluno ao entrar no HUAC saiba de algumas normas de conduta. Em um texto do discente Randolfo Brito (59) aborda esse e outros aspectos importantes de como se portar no ambiente hospitalar.
A tradicional Medicina Primeiramente, gostaria de acolher você, caro colega, que agora desfruta desta nova etapa da formação médica: o “ciclo profissional”, no qual aprendemos a verdadeira arte médica. É imperioso, antes de tudo, voltar-se para si mesmo e questionar-se: Estou no lugar certo? É esta a profissão que quero exercer? Reflita e responda a tais perguntas, e assim estarás plenamente apto a vivenciar a Medicina como carreira.
A tradicional Medicina Primeiramente, gostaria de acolher você, caro colega, que agora desfruta desta nova etapa da formação médica: o “ciclo profissional”, no qual aprendemos a verdadeira arte médica. É imperioso, antes de tudo, voltar-se para si mesmo e questionar-se: Estou no lugar certo? É esta a profissão que quero exercer? Reflita e responda a tais perguntas, e assim estarás plenamente apto a vivenciar a Medicina como carreira.
Este é um momento essencial. A prática médica, que reúne intuição, bom senso, reconhecimento das necessidades pessoais, culturais e sociais do paciente, adequada relação médico-paciente e formação humanística, configurando a medicina baseada na vivência, passa a partir de agora a fazer parte da sua rotina diária e de sua formação. Até os anos 90 do século XX, a iniciação clínica do estudante de medicina correspondia a sua entrada no hospital de ensino, pois nos primeiros anos ele atuava nos estudos básicos do curso (anatomia, fisiologia, bioquímica) (Celmo Celeno Porto, 2008).
Até hoje, a entrada no hospital marca, nitidamente, o término de uma etapa e começo de outra, momento em que o acadêmico se diferencia, assumindo integralmente as características de um estudante de Medicina. A transformação deve ser radical. Deve-se modificar, inclusive, seu modo de trajar, uma vez que o trabalho no hospital exige indumentária própria.
A roupa e os sapatos brancos serviam de símbolo para marcar tão profundas alterações. Assim, não se esqueça de verificar se você está vestido adequadamente, se seus sapatos estão limpos, se seus cabelos estão bem penteados; nada de sandálias ou calções. Observe, enfim, se estás dignamente preparado para sentar-se ao lado de um paciente (Celmo Celeno Porto, 2008).
“Quando um médico entra em contato com um doente, convém estar atento ao modo como se comporta; deverá estar bem-vestido, ter uma fisionomia tranqüila, dar toda a atenção ao paciente, não perder a paciência e ficar calmo em momentos de dificuldades.”(Juramento de Hipócrates) Assim, os preceitos que adornam o Juramento de Hipócrates (460 – 370 a.C.) advertem os praticantes da medicina contra cobrar demais, vestir-se com elegância excessiva e usar perfume, ao mesmo tempo aconselhando um corte de cabelo decente e unhas aparadas, encorajando a suposição de um modo agradável de tratar os pacientes (Richard Gordon, 1996). Atualmente, é importante lembrar que o estudante não deve entrar no hospital portando bijuterias grandes nem piercings, pois além de descaracterizarem sua figura de futuro médico, são elementos de transmissão de bactérias, podendo contribuir para a disseminação de infecções hospitalares.
A profissão médica exige autodisciplina, que o estudante deve aprender a impor-se desde cedo. No dizer do educador George Miller, a faculdade é uma fonte geradora de tensões, e cada estudante reage a essas tensões de acordo com a sua maturidade emocional. Ele deve ser comedido em suas atitudes, em sua linguagem e em seu comportamento. As brincadeiras, os ditos jocosos, as discussões de assuntos estranhos ao ensino e ao interesse dos enfermos devem ser deixados para outra oportunidade e outro local. O ambiente hospitalar exige respeito e discrição.
O estudante deve colocar-se numa posição equânime e tratar todos os pacientes com bondade e compreensão, sendo as primeiras manifestações diante do doente a simpatia e o interesse por ele. O paciente deve ser tratado como pessoa humana e jamais como simples caso a ocupar um leito numerado. Saiba desde agora o segredo dos médicos de sucesso: eles cuidam dos seus pacientes! (Celmo Celeno Porto, 2008).
O código de ética do estudante de medicina nos coloca, entre várias outras, as seguintes responsabilidades: (1) “O estudante de medicina deve preparar-se, moral e intelectualmente, para os deveres e as tarefas que o aguardam como médico, e que exigirão dele, por toda a sua vida, continuado esforço de aprimoramento cultural, técnico, científico e ético.” (2) “O estudante de medicina tem a obrigação de zelar pelo patrimônio moral e material das instituições onde desempenha suas atividades, compreendendo tanto as instalações escolares como o equipamento laboratorial e hospitalar, livros e revistas da biblioteca.”
Então, ilustre colega, sejamos dignos de poder aprender a milenar arte Médica, respeitando-a, mantendo suas tradições, tendo-a como uma profissão sagrada, assim como foi e deverá ser considerada sempre.
Randolfo Brito
Presidente do DAFB
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